sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Trexos de Cartas de Padres Sobre a Oração

Preparação para a oração (carta 48).
Faça ainda isto. Não se ponha a rezar de repente, depois dos deveres da casa, conversas, corridas, mas preparando-se um pouco para estar devidamente perante Deus.
Estabeleça em si um sentimento de necessidade de orar exatamente nessa hora, porque pode não haver outra. Não se esqueça de renovar na consciência as suas necessidades espirituais, e mais próximo a sua necessidade atual - concentração dos pensamentos na oração, com o desejo de encontrar consolação para elas, - unicamente em Deus. Quando tiver no coração a consciência e sensação destas necessidades, Ele Próprio não deixará os pensamentos fugirem, mas a obrigará a rogar ao Senhor por eles. Mais que tudo você sentirá a sua inteira incapacidade, que se não fosse Deus estaria completamente perdida. Se alguém está em perigo, e tem perante si a face capaz de o livrar desse perigo, será que apesar disso vai olhar para os lados? Não cairá perante ela e rogará? Assim será consigo quando começar a oração com o sentimento de que está em perigo e consciente de que unicamente Deus a pode livrar desse perigo.
Por trás de todos nós existe um pecado - qualquer trabalho, por menor que seja, começamos com alguma preparação, mas a oração começamo-la de passagem - e temos pressa em acabá-la como se fosse um trabalho de passagem à parte de todos os outros, e não o mais importante deles. De onde é que quer conseguir a concentração das idéias e sensações durante a oração nessas circunstâncias? É por isso que ela corre à balda, desorganizadamente.
Não - faça o favor de negar a si nesse pecado, e de nenhuma maneira reze só de passagem. Meta na cabeça que essa relação à oração é um crime, um crime horrível - penal. Considere a oração como o primeiro dos seus deveres, e tenha-a assim no coração. Então comece a oração como o primeiro dever e não como um entre outros.
Esforce-se, Deus será seu ajudante. Mas atenção, tem que realizar aquilo que vos é escrito. Se começar, logo-logo verá o fruto. Esforce-se por sentir a doçura da verdadeira oração. Quando sentir, isso vai atrair e inspirá-la para a oração, difícil e atenciosa.
XIII. Negligência e pressa durante a oração (da carta 71).
Onde é que se foi a sua oração? Ela parecia ter começado bem e você até já sentia a sua boa ação no coração. Eu vou lhe dizer onde é que ela se foi. Tendo rezado uma ou duas vezes com esforço e calor, e no Santo Sérgio e tendo sentido uma rápida ajuda em consequência da oração, você pensou que a sua oração já se tinha fixado e que não tem necessidade de se preocupar muito com ela: que ela vai bem por si mesma. Dando lugar a tal idéia, você começou a rezar negligente e apressadamente e deixou de prestar atenção aos pensamentos. Por isso a atenção foi diminuindo, os pensamentos dispersavam-se para todo o lado, e a oração não era sentida no coração. Agiu assim uma ou duas vezes e a oração desapareceu por completo. Comece a oração novamente e peça por ela ao Senhor.
XIV. Ainda sobre a pressa na oração (da mesma carta).
Suponho que tenha começado a realizar apressadamente a sua regra de oração, - à balda, só para a cumprir. - Imponha desde agora como lei - nunca rezar à balda. - Nada ofende tanto o Senhor como isso. É preferível não lêr as orações todas que devia, mas lêr com temor a Deus e veneração do que lêr tudo à balda. É melhor lêr só uma oração ou, caindo de joelhos, rezar por suas palavras do que agir assim. Começou a rezar dessa maneira, por isso não tem fruto. Faça o favor de se repreender por tal negligência. Tenha em mente que ninguém dos que rezam com atenção e esforço não deixam a oração sem sentir o seu efeito. Grande é o bem do qual nos privamos, deixando de rezar negligentemente.

http://www.fatheralexander.org/booklets/portuguese/oracao_teofano.htm#n10

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