sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Nos Altares aos Dezenove Anos!

 Chiara ‘Luce’ Badano ofereceu a sua enfermidade à Igreja e aos jovens

ChiaraMadrid, 28 de Outubro de 2010. – Pode-se ser Santo só com 19 anos? A resposta é sim: estar perto de Deus, não é uma questão de idade. Poderíamos citar inúmeros exemplos que o confirmam, como o da Chiara “Luce” Badano, uma jovem italiana de 19 anos, que acaba de ser beatificada, e de quem amanhã celebramos a festa. Nasceu em 1971 em Sassello, una pequena localidade do norte de Itália. Era a única filha de Rogério e de Maria Teresa Badano. Gostava de cantar, dançar, nadar e jogar ténis, adorava o mar e a montanha.

Em 1981, conheceu o movimento dos Focolares, graças a uma amiga sua chamada Chica. Chiara colocou, desde a sua adolescência, Jesus em primeiro lugar: tratava de ir à missa todos os dias, lia o Evangelho, fazia orações... Em paralelo, mostrou a sua fé com o seu comportamento: saciava a fome aos mais necessitados, fazia apostolado com os seus amigos...

Um dia, enquanto jogava ténis, sentiu uma dor tão forte nas suas costas que até deixou cair a raquete de ténis. As dores foram aumentando e os médicos diagnosticaram-lhe um tumor ósseo.

Quando chegou a casa, depois da primeira sessão de quimioterapia, não queria falar. Sua mãe recorda:”Olhava para ela e via toda aquela sua luta interior para dizer sim a Jesus. Depois de 25 minutos dirigiu-se a mim, com o seu sorriso de sempre, dizendo: ‘Agora podes falar’. Nesse momento perguntei-me quantas vezes ela teria que repetir esse sim em plena dor. Mas Chiara esperou 25 minutos e desde então nunca mais olhou para trás”.

“Tenho ainda o meu coração”

Chiara foi submetida a uma operação, sem êxito, e perdeu o uso das suas pernas. Durante os meses da sua enfermidade, ela repetia: “Por ti, Jesus; se Tu o queres, eu também o quero!”. Não perdeu o seu sorriso luminoso, apesar das dolorosas curas às quais foi submetida. Recusou a morfina porque dizia que lhe tirava a lucidez mental para o única coisa importante: oferecer as suas dores pela Igreja, pelos jovens, pelas pessoas que não crêem em Deus, o movimento dos Focolares e as missões. Estava convencida de que “a dor abraçada tornava-a livre”. E dizia: “Não tenho mais nada, mas tenho ainda o meu coração e com ele posso amar sempre”.

Chiara teve como apelido ‘Luce’ (luz em italiano) dado pela fundadora do movimento dos Focolares, com quem ela mantinha uma intensa relação epistolar.

O seu médico, uma pessoa não crente e crítico a respeito da Igreja, assegura: “Desde que a conheci, algo mudou dentro de mim. Nela existe coerência, nela todo o Cristianismo se enquadra”.

Chiara quis preparar o seu próprio funeral: os cantos da missa, o vestido e o penteado: “Tudo para ela era uma festa – conta a sua amiga Chica –. Disse-me que queria ser enterrada com um vestido branco, como uma esposa que vai encontrar-se com Jesus”. À sua mãe comentou: “Tens que ser feliz porque eu o sou. Quando eu já não estiver contigo, segue Deus e encontrarás a força para ir sempre em frente”. Chiara morreu no dia 7 de Outubro de 1990 depois de uma noite de muito sofrimento.

Vinte e cinco mil pessoas assistiram à sua beatificação, celebrada no dia 25 de Setembro de 2010 no santuário Divino Amore, perto de Roma. É a primeira pessoa do movimento dos Focolares que foi elevada aos altares.

O Santo Padre disse da Chiara: “Como pode uma menina de 17 ou 18 anos viver um tal sofrimento, humanamente sem esperança, difundindo amor, serenidade, paz e fé? Evidentemente trata-se de uma graça de Deus, mas esta graça também foi preparada e acompanhada pela colaboração humana: a da própria Chiara, certamente, mas também a dos seus pais e amigos”.

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